"O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes, defendeu a saída da BM dos estádios de futebol e dos presídios. Ele participou ontem de um encontro da Comissão de Segurança do Tribunal de Justiça do Estado, em Porto Alegre. O oficial afirmou que o policiamento interno dos estádios em dias de jogos e a guarda externa ou a administração de casas prisionais não são atribuições da corporação. “Cerca de R$ 8 milhões são gastos por ano pela Brigada Militar”, estimou Fernandes, referindo-se aos custos do policiamento em estádios. Argumentou que há retirada de efetivo do policiamento ostensivo para atender “um evento que é privado e não público”. Em uma partida na Arena do Grêmio, na Capital, citou como exemplo, são mobilizados 400 brigadianos. Ressaltou,no entanto, que o policiamento no entorno do estádio permaneceria. O coronel Fábio Duarte Fernandes recordou que para a Copa de 2014 a Fifa não autoriza o policiamento dentro dos estádios. O comandante-geral da BM avaliou que a mesma medida deveria ser adotada também para os jogos normais. Caso seja imprescindível a presença da BM, o oficial defende que a corporação seja ressarcida com pagamento que atualmente inexiste. Sobre a atuação da BM nos presídios, onde é responsável pela guarda externa e também administra o Presídio Central e a Penitenciária Estadual do Jacuí desde 1995, o comandante-geral afirmou que a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) deve assumir o trabalho. Segundo Fernandes, 580 PMs estão fora do policiamento nas ruas para reforçar a segurança. O comandante-geral disse que os dois temas são discutidos na Secretaria da Segurança Pública. A questão do policiamento em estádios,assinalou, pode ser revista por meio de proposta de emenda constitucional."
Correio do Povo, edição de hoje (capa e pg 20).
